Ilha de Páscoa.

Na Sexta-feira passada tive o privilégio de viajar até à Ilha de Páscoa e passar lá o meu dia de aniversario! Foi a melhor prenda de sempre! Obrigado maridão!

Durante toda a minha vida assisti a programas na televisão, sobre a misteriosa Ilha da Páscoa e os seus gigantes de pedra. A sensação de visitar um lugar tão místico é indescritível......não há palavras....um misto de fascínio, encanto e deslumbramento! Quando aterrámos no Aeroporto Internacional Mataveri senti um arrepio na espinha como nunca tinha sentido em toda a minha vida......mas um arrepio bom, muito bom!

A Ilha da Páscoa situa-se no Oceano Pacífico (Polinésia Chilena), a cerca de 3.700 quilómetros da costa do Chile e possui cerca de 4.000 habitantes. As línguas faladas são o espanhol e o rapa nui, como também é designada a ilha e que significa Ilha Grande. Também nesta língua é ainda denominada de Te Pito O Te Henúa (Umbigo do Mundo). A ilha faz parte da região de Valparaíso, Chile. A capital da ilha é Hanga Roa, onde vive quase a totalidade da população.

Em 1722, o explorador Jacob Roggeveen atravessou o Pacífico partindo do Chile e desembarcou na ilha num Domingo de Páscoa, o que deu origem ao seu nome. Esta ilha é o lugar habitado mais isolado do mundo e teve origem em três vulcões: Poike, Rano Kau e Rano Raraku.

Para chegar à Ilha da Páscoa tem de se vir a Santiago do Chile, obrigatoriamente, de onde saem os únicos voos diários para a ilha (às 8,25 horas). A única companhia aérea que efectua este trajecto é a Latam, que de vez em quando tem promoções fantásticas como a que nós conseguimos (sorte!). O voo demora cerca de 5,50 horas (não nos podemos esquecer que são cerca de 3.700 quilómetros de viagem!).

Digo-vos desde já que os aviões da Latam, pelo menos os Boeing 737 que fazem este trajecto, são bastante confortáveis, tendo até um pouco mais de espaço para as nossas pernas que os aviões das companhias europeias. Têm televisões individuais onde podemos ver filmes e séries, jogar jogos, ouvir música, seguir a viagem, etc. Não falta a mantinha e a almofada para viajarmos ainda mais confortáveis e a comida também não é nada má.

Quatro ou cinco dias é o tempo ideal para conhecer a ilha e tudo o que ela tem para nos oferecer. O clima é subtropical e ameno durante todo o ano, embora o Inverno (Maio a Agosto) seja um pouco mais frio, com temperaturas médias que rondam os 20 graus e noites mais frescas (à volta dos 16 graus). No Verão (Setembro a Abril) as temperaturas chegam aos 30 graus. Aqui chove durante todo o ano, com mais frequência no Inverno e principalmente durante a noite, curiosamente! O melhor é trazerem sempre convosco um impermeável com carapuço para as caminhadas e afins, estando assim sempre prevenidos para a chuva e para o vento!

A Latam vende, além das passagens aéreas um pacote com tours, transferes e hotel, tudo incluído. Nós escolhemos o Hotel Chez Marie Goretti, que tem lindos e exuberantes jardins, piscina, bar e bons quartos, todos com vista para o jardim. Os preços por noite são acessíveis para o que é oferecido e incluem o pequeno almoço que aqui é muito bom, ao estilo caseiro. O único senão é os quartos não terem secador de cabelo (eu levei o meu) e aquecimento para as pessoas mais friorentas (embora os Invernos também não sejam frios, como já referi!). Fica praticamente no centro de Hanga Roa e portanto não necessitam de andar muito para estar junto a restaurantes, bares, minimercados, lojas de lembranças, etc.

A Ilha da Páscoa é cara! A comida é cara e os hotéis são caros (para o que oferecem, pois aqui não há grandes luxos), mas a verdade é que não é necessário pagar muito por um hotel onde apenas vão dormir, pois os dias são para descobrir os tesouros da ilha! Por isso recomendo o hotel onde ficámos, Chez Marie Goretti, acessível e melhor que outros hotéis bem mais caros!

   

Quanto às tours, estavam incluídas no pacote da viagem da Latam e tinham direito a guia, que falava espanhol, inglês e francês. Também efectuaram os transfers de e para o aeroporto e à chegada aguardavam-nos com uns bonitos colares de flores! A empresa que efectuou estes serviços foi a Aku Aku......impecáveis em todos os aspectos e deram-nos a conhecer toda a história por detrás da ilha e dos seus Moai!

Na primeira tour, de um dia, visitámos Ahu Vhaiu, uma plataforma com 8 Moais e 8 Puckaos (cabelo vermelho dos moais e que eu pensava serem chapéus, eheheh!), Akahanga, o lugar dos Moai caídos e intocados, Tongariki, onde existe um Ahu (plataforma) com 15 Moais, Rano Raraku, o vulcão onde eram criados os cerca de 1000 Moais existentes na ilha, gigantes de rocha vulcânica, Te Pito Cura (o umbigo do mundo), a grande pedra esférica com poderes magnéticos e terminámos em Anakena, a praia de águas quentes de cor turquesa, areias coralinas brancas e palmeiras, onde não resistimos a passear descalços entre as areias brancas e as águas cristalinas! Esta tour inclui o almoço, não sendo necessário preocuparem-se com comida!

Akahanga

Rano Raraku

Tongariki

Te Pito Cura

Anakena

Na segunda tour, de meio dia, visitámos Ana Kai Tanata, uma caverna que ainda conserva uma pintura rupestre, Rano Kau, a maior cratera vulcânica da ilha, Orongo, a aldeia cerimonial do homem Pássaro Tangata Manu e o Make Make, grande divindade da cultura Rapa Nui e o Tahai Archeological Complex, um lugar fantástico, repleto de verde e diversos ahu com Moais (e o melhor por do sol da ilha!).

Ana Kai Tanata

 

Ranu Kau

Orongo

Tahai Archeological Complex

Para um jantar especial, com esplanada e vista sobre o Pacífico, recomendo o Hakahonu, na Costa Pea (Hanga Roa), onde jantámos no dia dos meus anos e onde comi o melhor bife de atum grelhado e puré de batata (doce) de sempre, acompanhados de um chutney e batido de papaia, igualmente deliciosos! O maridão comeu um bife com molho de frutos do mar....igualmente delicioso! Não é barato, como tudo o que diz respeito a comida, mas acaba por ser (barato) para a excelente qualidade da comida e se comparado com outros restaurantes de Hanga Roa.

E agora, o que achámos da ilha? Simplesmente fantástica, um autêntico "museu" ao ar livre, repleto de história com cerca de 1000 Moais espalhados pela ilha, os maiores chegam a medir 21 metros de altura e a pesar cerca de 80 toneladas e as construções ancestrais que ainda se mantêm um pouco por todo o lado, são testemunhas intemporais da cultura e história Rapa Nui.  A impressionante geografia da ilha com os seus três vulcões, pradarias e falésias, não esquecendo a fantástica praia de Anakena onde se tem o privilégio de nadar nas águas cor turquesa do Pacífico, completam um cenário de ilha paradisíaca que nunca mais se esquece!

 

Dicas importantes!

Trazer sempre um corta-vento com carapuço para proteger da chuva e do vento (muito vento mesmo, acreditem!).

Para comprar lembranças, o melhor sítio é o mercado artesanal de Hanga Roa.

Para entrar no Parque Nacional Rapa Nui, é necessário adquirir um bilhete de entrada, válido durante 10 dias (para alguns sítios só dá acesso a uma única visita), que tem um custo de 54.000 pesos por pessoa e só pode ser pago em dinheiro (é vendido no aeroporto, no centro de Hanga Roa e em XXX). Se for num tour normalmente passam por um ponto de venda antes de iniciar a viagem.

Para levantar dinheiro, há dois bancos na ilha, em Hanga Roa, o Banco Santander e o Banco do Chile, Se possível levem antes de embarcar no avião.

A tour de um dia mais a de meio dia são suficientes para conhecer os principais pontos turísticos da ilha com toda a explicação e historias associadas aos locais que se visita, mas aconselho um ou dois dias de caminhada para visitar locais menos turísticos e passear pela capital, Hanga Roa ou então alugar uma bicicleta ou um carro (se não quiserem andar tanto a pé ou quiserem aproveitar para passar o dia na praia de Anakena).

Para quem gosta de desporto, há mergulho, surf, hiking e trekking, montain biking, canoing e passeios a cavalo.

Não está incluído nas tours, mas não deixem de visitar o Museu Antropológico P. Sebastian Englert. Fica em Hanga Roa e a entrada é grátis.

O melhor pôr do sol da ilha é no Tahai Archeological Complex e os seus fantásticos Moai, perto do centro de Hanga Roa e quase ao lado do hotel onde ficámos, Chez Marie Goretti.

Trazer calções ou fato de banho para não perder uns mergulhos na praia de Anakena, seja Verão ou Inverno, pois a água é quentinha durante o ano inteiro (e nós somos testemunhas disso, eheheh!) e trazer protector solar (todo o ano!).

Existem imensos animais que circulam livremente por toda a ilha, cavalos, vacas, galinhas e cães (estes são verdadeiros companheiros de aventura e seguem-nos por todo o lado nas nossas caminhadas!) e por isso se alugarem um carro tenham muita atenção que pode aparecer um (ou vários) destes animais no meio da estrada, a qualquer momento!

Tampões para os ouvidos, sim, porque há muitos galos espalhados por toda a ilha e gostam de começar a cantar mal o dia nasce.........não se espantem se uma ou outra noite forem acordados às 4 da madrugada pelo cantar de centenas destes nossos amigos!!!

E finalmente, o que representam os Moais? Estas gigantes cabeças de pedra representavam o líder de cada aldeia existente na ilha e concentravam o Mana (boas energias). Quanto maior o Moai, maior o estatuto da tribo. Existem muitos Moais derrubados, pois era uma forma de tentar diminuir as boas energias de cada aldeia (por parte das outras aldeias).

Espero que tenham gostado e qualquer dúvida estejam à vontade para perguntar! Quero ler muitas opiniões!!! Beijo grande!!!